quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Collor, uma aberração

Artigo de Samuel Celestino para o Bahia Notícias.

O ex-presidente, apeado do poder da República pela cidadania, o hoje senador Fernando Collor de Mello, faz parte do grupo de pessoas que, à medida em que o tempo passa, que se fica mais velho, ao invés de contemporizar, piora. Temperamento ruim. Na sua campanha, em 1989 à Presidência, chamou atenção pelos seus gestos, alguns ridiculamente agressivos, e por seu debate em rede de TV nacional com Lula. No decisivo debate, apresentou uma ex-namorada do atual presidente, uma certa Míriam, que alegou, mediante pagamento, que Luiz Inácio não dava a menor importância a sua filha, Luriam. Uma inverdade. Collor chegou ao Palácio do Planalto e o seu período foi marcado por alucinantes escândalos, um deles as cascatas da Casa da Dinda e o caso PC Farias. Que, aliás, visto agora, do presente para o passado, provavelmente foi uma corrupção "romântica" em comparação com o Mensalão, por exemplo. Collor patrocinou, no Senado, um episódio lamentável, a ponto de o senador Pedro Simon, que estava na tribuna, declarar que teve medo dos seus olhos de fogo, fixos na sua direção. E lembrou do pai dele, Arnon de Mello, que, também senador, atirou três vezes em Silvestre Péricles, que estava na tribuna. Errou os três tiros e acertou no suplente de senador José Kairala, que cumpria seu último dia de mandato, matando-o. Arnon não foi punido. Com tudo o que fez com Lula, Collor agora é dele amigo, com direito a abraços e coisas que tais. Ontem à noite, esteve em Palácio e foi recebido por Lula. Teria ido "tratar de questões administrativas do governo alagoano". Na saída, questionado pelos jornalistas sobre o que ele achava da representação que Simon pretende fazer à Corregedoria do Senado contra ele, respondeu, na mais "fina e apurada" educação republicana: "Diga e ele que vá..." E entrou no carro. Collor é um caso perdido e uma aberração que aconteceu na política brasileira.

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