Infelizmente, não logrou êxito por vários motivos.
O grupo do "cartório", alcunha inventada pelo próprio Ruy para denominar a confraria que domina o PT há vários anos, sempre comandou o diretório municipal com mãos de ferro, alternando a presidência entre poucos. Isto sempre foi motivo de insatisfação, e Ruy pretendia ser o novo "timoneiro", no caminho de direcionar a sigla para uma mudança ampla nos seus quadros dirigentes.
Mesmo reunindo as condições necessárias para a empreitada (22.000 votos nas eleições de 2004), Ruy falhou desde o início, quando colocou no seu lugar tenente, Gerson Marques, um egresso do jabismo, pessoa que merece respeito por sua grande vivência política e correção pessoal, mas que no cotidiano, utiliza métodos questionáveis, herdados na sua longa convivência com o grupo de Jabes Ribeiro. A verdade é que o lugar tenente de Dr. Ruy nunca conquistou a confiança da militância, e sempre foi tido como um "estranho no ninho". Além do mais, o próprio Dr. Ruy - apesar do grande coração - tem um temperamento difícil, nunca tem tempo para conversar, não gosta de trocar idéias e de ouvir questionamentos, se comporta com auto-suficiência, por ser muito honesto, desenvolveu o culto da sua personalidade. Enfim, uma pessoa repleta de idiossincrasias.
O insucesso fez de Ruy um refém, revezado entre Geraldo Simões e Josias Gomes. Em 2006, lançou sua candidatura a deputado estadual, apoiado e financiado por Geraldo, pois foi obrigado a romper um acordo com Josias, então deputado federal, mergulhado na lama do mensalão. Depois, ao perceber as pretensões de Geraldo, que sempre buscou manter sua hegemonia na região, como a principal liderança do partido, Ruy se afastou de Geraldo e foi obrigado a reatar com Josias, que tenta desesperadamente reunir condições para voltar ao legislativo (não se sabe se estadual ou federal).
E assim segue Dr. Ruy, um homem que reúne todas as condições morais para ser um excelente prefeito de Ilhéus, mas que, infelizmente, não consegue se constituir como uma liderança autônoma dentro do PT.
E a mesmice segue, embriagada pelo tempo.
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