quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O vereador novato

No início é só euforia, mas, a busca desesperada pelo voto impôs um preço bem alto.

Se comprometer com várias pessoas, através de promessas de empregos, tanto na prefeitura quanto na assessoria da câmara, foi o caminho mais utilizado para conseguir a vitória.

Pessoas que deram um dinheirinho, parentes próximos, amigos, correligionários de última hora, escudeiros fiéis, ex-namoradas, esposas e amantes esperam ansiosamente por uma "boquinha", pois, "deram sangue" para que o candidato fosse eleito.

Haja vagas para acomodar tanta gente!

O problema aparece quando o "marinheiro de primeira viagem" percebe que "o bolo não vai dar pra todo mundo", e ainda por cima, o prefeito eleito não quer conversar com ninguém, não é muito entendido de política, tem pavio curto e o costume de mandar qualquer um ir para a "PQP" com muita facilidade.

Frases conhecidas como: "fulano me traiu" e "na próxima ele vai ser ver comigo" começam a andar em muitas bocas, na base do vereador novato. Surgem os insatisfeitos.

Pressionado, o novo edil cede à corrupção. "A bola por trás" representa a saída para manter o "trabalho", ou seja, o assistencialismo.

Poucos não aderem à desonestidade, e acabam na desilusão, após perderem a reeleição, mas a maioria acaba entrando no esquema.

Por tudo isso, as esperanças se transformam em gafanhotos, e a sociedade continua a mesma, repleta de "almas mortas".

Um comentário:

Marcus Gusmão disse...

Off topic: Vocês aí não têm notícia do vazamento de óleo que atinge as praias do nosso litoral?