A decisão foi proferida pela 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais e publicada no site oficial do Procon/GO, considerando que “os jogos violentos ou que tragam a tônica da violência são capazes de formar indivíduos agressivos, sobressaindo evidente que é forte o seu poder de influência sobre o psiquismo, reforçando atitudes agressivas em certos indivíduos e grupos sociais”. (Folha Online)
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É estarrecedora a ignorância dos magistrados que dedicam tanto tempo e energia para nos proteger de terríveis ameaças sociais como os – videogames! O curioso é que a preocupação se restringe aos games - livros e filmes repletos de carnificinas e homicídios sanguinolentos não devem representar, segundo a lógica de tais protetores, o perigo de formar assassinos em série. Deduz-se que o problema não está no conteúdo, mas na forma: para eles, a interatividade dos games produz máquinas de matar. Ignorância descabida e perigosa: interatividade não mata nem faz matar, nem tampouco jogar videogame é coisa que transforma a mente e os valores de um indivíduo, tornando-o um sanguinário ultraviolento – games divertem, apenas isso.
Não desprezo o imenso impacto dos games na cultura e na sociedade. Seus efeitos devem ser estudados à luz do conhecimento, e decisões judiciais devem ser tomadas a partir do bom senso, e não do preconceito e da desinformação. É preocupante que tais juízes nos representem enquanto sociedade. No ano passado, o youtube foi bloqueado no Brasil por conta de uma inominável, absurda e inócua decisão de um juiz que prefiro não adjetivar. Tais magistrados são os responsáveis por decidir sobre os destinos e limites dos cidadãos e da sociedade como um todo. São indícios da marca de nossa era: a ascensão social dos idiotas.
Trata-se de um ataque a liberdade de expressão, como defende o Sérgio Amadeu. Julgar que uma atividade lúdica é causa de um comportamento patológico é, no mínimo, triste!
Tirado do blog Antitextos.
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